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sábado, 16 de junho de 2012



LUFADA 
(Tania Lima) 


Olho para o lado e não te encontro. 
Para ver-te, só aqui dentro. 
Meu peito queima quando me encosto, dentro do meu, ao peito teu 
E não estares ao alcance da mão é o meu tormento. 


Não sou tua sombra nem teu anjo; 
Não és de mim o que não posso ter. 
És o real e é quando te toco e deixo que me invada o teu ser, 
Que toma a forma do amor meu pensamento. 


Se estás distante o meu corpo grita, tão lancinante a dor do desvario. 
Encontrar-te nas entranhas: sopro de vida; 
Empurrando um mar de espuma ao caudaloso rio 
A derramar-se em minhas coxas, num delirar vazio. 


E quando a falta minha te apunhala a alma 
E o corpo teu, ao pensar-me, é a ti aparente constrangimento, 
E brota dos teus lábios mil vezes o meu nome, 
Como se um ciclone te varresse tudo o mais sem o teu consentimento... 
Pela causa minha e por tua causa, ansioso ficas, 
Voltas num átimo, como se trazido pelo vento, sopro dos sopros, 
Para seres da graça toda do mundo 
O mais puro dos meus contentamentos. 



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